22.05.2023
Sempre uso cadernos começando pelo fim, ao contrário do proposto. Inicio pela última folha por medo de que o conteúdo escrito fuja do propósito pelo qual comprei o determinado caderno. Como se um caderno tivesse que ter um tema pré determinado, assim qualquer coisa, escrita em suas folhas iniciais, que divergisse desse tema, automaticamente estragaria todo ele. Como se suas últimas folhas fossem inválidas e descartáveis, então posso escrever, nelas, o que for. Mas a verdade é que nunca me decido por um tema e, quando me dou conta, criei uma série de conteúdos valiosos que cresceram invertidos, de trás para frente. Então aquele se torna um caderno de aleatoriedades e já não utilizo uma ordem para escrever, escrevo onde sinto que devo: no meio, no início, no fim, onde for.
Com o passar dos anos esses cadernos se tornam os meus preferidos simplesmente por sua natureza inusitada! Nunca sei o que esperar deles e sempre acabo por encontrar algo valioso! Creio que isso reflete quem eu sou: uma bagunça aleatória e surpreendente.
Quando falamos de criatividade, essa herança divina que nos assemelha tanto ao Pai, não seria ela tão inusitada quanto estes meus cadernos? Pois a criatividade não segue regras, ela vem na hora que quer, na ordem que quer, trazendo um tema que não foi ponderado, mas sentido.
Da criatividade não se apodera! Se trata de uma relação mútua onde você mantem a mente e a alma abertas e ela escolhe entrar, fica o tempo que achar necessário e então se vai, mas volta com frequência se a relação for boa.
É algo divino e mágico!
É vital e é milagre!
É simples e belo como deve ser!
Imagem: Pinterest
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