11.10.2023
Ei, Fauno! Para onde vai?
Para onde vai toda vez que abro minhas janelas
E te encontro livre, garoto selvagem?
Ei, Fauno! Para onde corre?
E como podes, tu, ser mais jovial que as flores
E mais ancestral que a paisagem?
Ei, Fauno! Quem são esses?
Quem são esses que correm ao seu lado
Quase tão rápidos quanto você?
Ei, Fauno! Até onde?
Destes prados, boques, montes,
Até onde irás correr?
O vento e a água aceleram seu curso
O pôr do sol transcende o tempo,
Mas só tu, garoto Fauno,
É mais eterno que o sol,
mais veloz que a água e o vento!
Eu, que à paisagem não pertenço,
Intrusa de um paraíso onírico,
Nunca lhe alcancei de fato.
Apenas te miro, assim, de longe,
Através da janela de meu quarto.
Tu se esquivas, foge, some,
Do teu nome não se sabe.
Quem tu foi? Quem há de ser?
Como hei de te chamar se, verdade seja dita,
É você quem me convida?
Não me cabe esse querer!
Mas te chamo ainda assim,
Jovem Fauno indomável!
E tu sabes que te chamo!
Deixe-me vagar nesses teus prados,
Te olhar, assim, de longe,
Por entre as noites de meu sono
Imagem: Pinterest
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