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O que aconteceu no quarto naquela madrugada?

Foto do escritor: Iris CapitanoIris Capitano

26.05.2022


 

Algo medonho e interessante aconteceu comigo na madrugada de ontem. Algo fora do habitual que, pelo que me lembro, nunca havia ocorrido.

Estava em sono profundo, imersa em sonho quando, de repente, escutei a voz de meu pai chamando meu nome. Despertei quase que num susto e, ainda sonolenta, olhei para a porta. O sol ainda estava nascendo, o dia não havia clareado por completo então aquela parte da porta, por sua posição no quarto, estava mais escondida nas sombras. Pensei tê-la visto entreaberta e o rosto do meu pai ali no vão entre ela e a parede, olhando para mim (talvez essa imagem em específico eu tenha realmente imaginado devido ao nível de sonolência e às sombras do local, que acabaram brincando com minha imaginação). Então o rosto me fez uma pergunta em voz alta e clara: “você não vai levantar para seu compromisso?”. Lembro de ter tentado responder, mas não tinha despertado por completo e as palavras não saíam da boca. Apenas tinha controle sobre alguns movimentos e sobre a visão. Balancei de leve a cabeça em afirmativa e fechei os olhos, tornando a adormecer. Quando já estava entre sono e realidade, consegui resgatar o raciocínio e pensei que era improvável que meu pai fosse me acordar pois nem se quer havia amanhecido direito, não era hora, e meu pai não tem costume de me chamar para meus compromissos. Neste momento um arrepio forte correu por todo o meu corpo e minha mente ficou em estado de alerta, despertando automaticamente. Senti medo e tive a sensação de algo me espreitando. Me mantive estática como uma presa que evita qualquer tipo de movimento para que o caçador não o perceba ali. Movi apenas os olhos, procurando algo no quarto que desse sentido àquele estado de alerta. Minha visão viajou por todo o local, pousando em cada mínimo detalhe, mas nada havia ali. Então comecei a me acalmar e, aos poucos, fui pegando no sono novamente.

Estava quase entrando em estado inconsciente quando, de novo, aquele arrepio tomou conta de mim. Despertei, abri os olhos e fiz a mesma análise de antes. Nada! Nada mesmo! Tornei a selar as pálpebras.

Então as coisas ficaram mais esquisitas. Quando estava quase adormecendo senti algo andando ao lado de minha cabeça, no travesseiro. Aquilo foi muito vívido. Senti cada declínio da espuma de acordo com o pisar do ser e senti ela voltando ao seu volume normal ao levantar dos pés ou patas. Pensei que poderia ser meu gato, mas logo recobrei a consciência e raciocinei: “meu gato não havia dormido comigo essa noite e seria impossível ele entrar porque deixei tudo fechado, portas e janelas. Notei também que aqueles passos eram mais pesados que os passos de um gato.” Desta vez não senti o temor de antes, mas acordei e logo me pus a olhar os cantos e áreas de minha cama, procurando algo que fizesse sentido. Novamente não havia nada! Nem um ser se quer, nem um objeto, nem meu gato.

Depois disso não consegui mais pegar no sono. Naquele momento final já eram quase 6 da manhã pois alguns minutos depois meu celular despertou. Isso conclui que o horário do ocorrido era bem próximo ao horário que eu deveria levantar.

Sim! Eu ouvi a voz me chamando e senti os passos ao meu lado. Mas fico imaginando o que foi toda essa experiência. Não poderia ser efeito de um sonho ruim ou pesadelo pois estava literalmente sonhando com o Silvio Santos entrevistando a Tatá Werneck. Era puro humor e good vibes até aquela voz cortar o barato do sonho.

Quando um de meus sonhos passam para um outro de outro tema, é feita uma transição em minha mente. Eu sei reconhecer essa transição e, desta vez, não havia ocorrido nenhuma. A voz literalmente cortou o meu estado inconsciente.

Será que isso tudo, de fato, aconteceu? Ou minha mente criou uma situação para me acordar (por algum motivo científico) e, por imaginar que algo estranho me chamava e me olhava, fiquei em estado de alerta? Neste caso minha mente estaria ludibriando a si mesma já que, ela me acordou e a mesma se assustou com a estratégia usada. Mas é plausível já que esse estado de alerta é um legado límbico deixado por nossos antepassados como método de sobrevivência. Então a mente poderia reagir desta forma uma vez que meu consciente suspeitou de algum perigo.

Será que meu cérebro ficou com medo de eu me atrasar e me acordou antes do relógio para me avisar que eu tinha compromisso no dia?

Será que fui acordada por algum ser não visível fisicamente? Algo andou ao meu lado ou eu sonhei com a sensação do travesseiro e colchão afundando?

O que aconteceria se a voz não tivesse me chamado?

De qualquer forma, espero muito que seja algo fora do habitual, em uma esfera espiritual, quem sabe?! Sou curiosa em relação a esse tema e gostaria muito de descobrir a verdade.


 

Imagem: Pinterest


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