25.08.2024
Estive enganada sobre meu medicamento. Aliás, estive enganada sobre muita coisa nos últimos anos, mas devo citar minha nova visão de mundo aos poucos, de forma que as informações se desenrolem com clareza.
Em relação a medicamentos, tinha um grande preconceito em depender deles, foi quando abdiquei do Daforim, no dia 18 de maio desse ano. Me senti bem por, mais ou menos, 26 dias, então começaram as crises de raiva e melancolia. Tentei lutar contra elas, criar rotina, sair mais de casa, estudar, porém nada! Se intensificaram até que, aproximadamente 2 meses e 8 dias após a interrupção do Daforim eu explodi. Chorava de raiva quase que diariamente e me sentia impotente sobre meu estado de humor, sobre mim mesma. Meu ânimo estava quase se esgotando e logo eu cairia em melancolia profunda. Foi quando não pude mais negar: eu precisava do medicamento, assim como precisava de um acompanhamento psicológico! Havia algo muito errado comigo e a ideia de um comprimido ditar o rumo da minha vida já não assustava mais, pelo contrário, eu o desejei. Apenas queria me sentir estável e capaz de viver normalmente. Foi então que desatei a chorar em frente a meu pai e desabafei meu sufoco. Ele não me deu lições de moral nem mesmo me ditou o que eu deveria fazer, pelo contrário, me abraçou, disse que estava ali para mim e ficou em silêncio. Aquilo me gerou um conforto enorme, então recobrei as forças e decidi cuidar de minha saúde mental e física. Marquei consulta com uma terapeuta que me foi muito bem indicada, fiz exames de rotina e tornei a me automedicar (tenho inúmeras receitas comigo e uso a dose de medicamento que me foi passada na última vez que visitei um psiquiatra, uma dose adequada). Uma semana depois desse dia eu já havia entrado em estado de muito ânimo e agora me encontro em estado de euforia.
Estou fazendo acompanhamento psicológico e com 3 consultas minha terapeuta já desconfia do meu diagnóstico. Ela ganhou minha confiança por não decretar de imediato seu achismo em relação ao meu caso, mas decidiu analisar com cautela, fazer testes e então me encaminhou para fazer uma análise com uma neuropsicóloga. Também pediu para ver os resultados dos meus exames de sangue.
Relendo esse diário percebi algo que nunca havia me passado pela cabeça, tenho picos frequentes de melancolia e raiva seguidos por picos de euforia e ânimo. Eles podem durar de semanas a 1 ou 2 meses e se repetem infinitamente. Fiz uma linha cronológica e notei, também, que a intensidade do período bom vai equivaler a intensidade do período ruim, como na lei da polaridade e na lei do ritmo do Caibalion.
Conheci recentemente as 7 leis herméticas do Caibalion e, embora ainda esteja aprendendo sobre, me apaixonei à primeira vista pois todas essas leis coincidem, de algum modo, com a forma de pensamento com que minha mente vem se voltando a um bom tempo.
Hermetismo vem de Hermes Trismegisto, um filósofo que, aparentemente, viveu no Egito entre 2.500 e 1.500 antes da Era comum. Não se sabe se, de fato, existiu. Essas leis são um pensamento filosófico que buscam explicar o funcionamento do universo. Caibalion foi um livro lançado posteriormente e seu nome pode significar, no idioma hebraico, “tradições passadas por um ente superior”.
Apesar de aceitar a hipótese da existência de um ou mais seres divinos, entes e universos coexistentes com o nosso, continuo tendendo para a ideia de não existirem pois, para mim, é a hipótese mais racional e lógica. Porém é verdade que concordo, em muitas partes, com as 7 leis Herméticas!
Aqui estão elas:
1: A lei do mentalismo
“O Todo é Mente. O Universo é mental.”
O hermetismo se refere a Deus como “O TODO”. Para além das convenções humanas, não se trata de um deus pessoal, que age e se comporta com paixões dos homens, mas de uma figura cósmica que contém tudo em si. Inclusive, nosso universo não passaria de uma criação na mente do “todo”.
Dessa forma, todos os seres fazem parte dessa mente e se comportam como o “todo”, repetindo seus padrões. Nós criamos pensamentos com nossa mente antes de torná-los palavras ou palpáveis e esses pensamentos são vertentes de nós mesmos, assim como nós do “todo”.
Uma vez que você entende que o universo é mental, pode moldar sua realidade de acordo com o pensamento. Desta forma o pensamento reverbera no cosmo assim como o pensamento do “todo” reverbera em você.
2- A lei da correspondência
“O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima.”
Existe uma correspondência entre as leis e fenômenos de cada plano. Assim como existe um padrão para os acontecimentos em nosso planeta, para os fenômenos da natureza e para os comportamentos e emoções humanas, existe também, o mesmo padrão em outras dimensões.
Desta forma, a partir de um olhar atento e observador é possível deduzir o que há em outros planos, pois tudo corresponde.
O micro está na macro e vice-versa.
3- A lei da vibração
“Nada está parado, tudo se move, tudo vibra.”
Matéria, energia e até espírito são simplesmente diferentes faixas de vibração.
O Universo está em um constante movimento vibratório e o Todo se manifesta por este princípio. E, assim, todas as coisas se movimentam e também vibram, sempre com seu próprio regime de vibração. Nada no Universo está em repouso.
Os hermetistas acreditam que até os pensamentos têm sua própria taxa de vibração e podem ser controlados, se tendo um maior poder sobre si e sobre “o todo”.
4- A lei da polaridade
“Tudo é Duplo, tudo tem polos, tudo tem o seu oposto, o igual e o desigual são a mesma coisa, os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau, os extremos se tocam, todas as verdades são meias verdades, todos os paradoxos podem ser reconciliados.”
Este princípio explica que existem dois polos em tudo e que os opostos são realmente apenas dois extremos da mesma coisa, a diferença existindo somente em grau, como as temperaturas, como o amor e o ódio.
O pêndulo sempre se move de um lado a outro e quem domina essa lei pode transmutar suas emoções, o que é chamado de alquimia mental.
5- A lei do ritmo
“Tudo tem fluxo e refluxo, tudo tem suas marés, tudo sobe e desce, tudo se manifesta por oscilações compensadas, a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda, o ritmo é a compensação.”
Entre as polaridades existe um pêndulo que se move de um lado a outro de forma compensada. Isso se reflete nos ciclos de vida e morte, criação e destruição, ascensão e queda e, é claro, em nossos estados mentais. O pêndulo nunca para e a vida acontece através desse movimento entre as polaridades.
6- Lei do gênero
“O Gênero está em tudo, tudo tem os seus princípios masculino e feminino, o Gênero se manifesta em todos os planos.”
Um polo depende do outro e ambos existem dentro de todos nós, assim como as energias masculina e feminina existem dentro de cada ser como um princípio gerador. Essas energias funcionam como duas metades importantes na formação de tudo que existe, em todos os planos.
Todo homem tem energia feminina, e toda mulher tem energia masculina, isso se repete em nossos humores, ações, atitudes e personalidades. O objetivo é o equilíbrio dessas duas energias.
7- A lei da causa e efeito
“Toda causa tem seu efeito, todo efeito tem sua causa, tudo acontece de acordo com a lei, sorte é apenas uma palavra inadequada para explicar uma causa desconhecida, existem muitos planos causais, mas nada escapa à lei.”
Segundo esta lei, o acaso não existe, portanto, nada acontece por acaso. Este seria apenas um termo dado para um fenômeno que existe, mas do qual não conhecemos a origem. Ou seja, chamamos de acaso aqueles fenômenos que não sabemos à qual lei se aplicam.
Sempre há uma causa para todo efeito. Além disso, toda causa, por sua vez, acaba sendo o efeito de alguma outra causa. Isso significa que o Universo gira em função de escolhas feitas, ações tomadas, que geram consequências, que seguem gerando novas consequências, ou efeitos.
Referências:
O Vazio Após a Morte
13.09.2024
Tive preguiça de dissertar sobre minhas novas visões de mundo, não estou com paciência para isso!
Meu pai é fofo e engraçado! Ele aconselha a mim e ao meu irmão que não procuremos trabalho de carteira assinada, mas que criemos conteúdo para a internet e façamos disso um trabalho, pois dá dinheiro. Então pegaríamos parte desse dinheiro e investiríamos em ações consolidadas com bons dividendos e em bitcoin. É a sugestão dele. Acho bem válido! A internet pode proporcionar um ótimo rendimento financeiro se souber usá-la, mas morro de preguiça do processo de criar, editar e postar conteúdo. Sem falar que tenho nervoso das redes sociais, elas te prendem se você não tiver auto controle e as pessoas lá dentro não têm filtro algum, mostram sua verdadeira natureza, o que poderia ser algo bom se a grande maioria dessas pessoas não fossem ignorantes (no sentido leigo), odiosas e frustradas com a vida.
Cogito a ideia, apesar de tudo, mas não sei o que poderia oferecer como conteúdo. Certeza que não seria voltado para o humor, não tenho esse senso bem construído. Sou boa em criar temas polêmicos, eu seria odiada, o que se tornaria ótimo para o objetivo. Cansei desse assunto!
Estou feliz! Agora curso Auxiliar Veterinário intercalado com estágio na mesma área o que é divertido! Descobri que adoro aprender e amo o ambiente de ensino “antiquado”, onde o professor transfere seu conhecimento ali e na hora, onde os alunos debatem juntos e questionam. Aprender na prática também é apaixonante! Essa novidade me força a seguir uma rotina certa, onde eu cumpro horários, onde sou prestativa e me mantenho em movimento e essa junção faz muito bem para minha saúde mental. Me torno uma pessoa alegre, atenta, meu raciocínio melhora assim como minha capacidade de socializar. Mas eu gosto de quebra cabeças, então acabo me divertindo ao aprender sobre as doenças da internação e como elas funcionam. É interessante saber disso pois me permite brincar de diagnóstico na minha mente e diagnosticar nada mais é do que montar um quebra cabeça de sintomas até ter uma imagem clara do real problema!
O pior de lidar com animais, para mim, são os cheiros. Quando um cheiro forte me impacta, passo o dia todo sentindo o odor e o gosto daquilo. Fiquei uns dois ou três dias sentindo o cheiro de internação e de baia em todos os lugares. Nos dias em que tive contato com a parvovirose e a esporotricose, além do cheiro senti o sabor de ambas durante vários momentos do dia e no jantar. Limpar os excrementos dos animais também é bem ruim, mas estou levando como um desafio, pretendo me habituar até não sentir mais nojo e confusão mental. É interessante ver as diferentes personalidades de cada animal, não só como espécie, mas como seres individuais. É confuso lidar com óbitos, pois colocam minha filosofia contra a parede. Acontece que, no momento, não faz sentido para mim que exista um deus e nem mesmo seres metafísicos, seguindo por essa lógica, também não faz sentido existir uma vida além dessa, mas sim o vazio. Se todos os nossos pensamentos e toda a nossa consciência, ou seja, quem nós somos, se tudo isso depende de processos cerebrais, quem somos nós sem o cérebro? A partir do momento que ele, como órgão físico, para de funcionar nós deixamos de existir. Voltando ao tema principal, quando se tem esse pensamento e se encara a morte, você deseja estar errado porque apenas vivemos por aqueles que amamos e pelas memórias que criamos com eles, então precisamos nos ater a algo que nos prometa um encontro póstumo com nossos entes queridos, sejam humanos ou animais. A religião nos promete isso e as vezes eu sinto que crer em algo que venha a confortar o coração, mesmo parecendo extremamente ilógico, é mais benéfico à vida do que querer buscar uma verdade coesa. Fico em conflito o tempo todo e o pior é que, quando não estou tendo crise emocional, gosto do conflito. Ele faz pensar, faz com que procuremos mais de uma resposta ao invés de passar a vida toda crendo em uma única visão de mundo. Ora! O planeta é repleto de povos, culturas e histórias, não tem a menor coerência que apenas uma única cultura contenha toda a verdade do universo. Sem cabimento! Existe um quebra cabeça gigantesco e cada um de nós é apenas uma pecinha microscópica no meio disso tudo. E talvez nem tudo tenha que ter uma resposta. A morte não tem que ter uma resposta, o sentido da vida também não! Algumas coisas são apenas uma grande incógnita sem forma que ficará adormecida por um período além da compreensão. Mas o que seríamos de nós humanos, seres naturalmente curiosos, se não formos atrás dessas respostas? Precisamos de enigmas para viver!
A morte assusta!
Imagem: Pinterest da Linnea Crona
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